MITOS E VERDADES SOBRE A MANIPULAÇÃO DE REMÉDIOS

O contexto social ao qual as pessoas estão envolvidas diariamente pode afetar a forma com a qual estas enfrentam problemas que simplesmente não precisariam encarar. A análise é simples: quantas vezes você conversou com alguém sobre determinado tema e foi convencido sobre uma suposta verdade?

 

Neste sentido, a reportagem de Bernardes Digital conversou com Silvia Muxfeld Chagas, presidente da regional RS da Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag-RS). No papo ela falou sobre mitos e verdades dos medicamentos manipulados. Reiterou suas diferenças e reafirmou que uma questão meramente cultural ainda faz com que haja um certo receio por parte de clientes na busca por medicamentos produzidos nos laboratórios das farmácias de manipulação.

 

Diferentes tipos de medicamentos

Com o objetivo de simplificar o entendimento à comunidade, é preciso compreender que um medicamento industrializado é aquele comumente vendido nas farmácias. São os que já chegam prontos da indústria com doses específicas e que não podem ser fracionados, como por exemplo um volume de antibiótico que, após ser utilizado pelo paciente tem uma sobre no vidro.

Por outro lado, Silvia reiterou que os manipulados, por sua vez, tem uma série de benefícios, como por exemplo a questão ecológica, pois dificilmente ocorrerão sobras e com isso, raramente ocorrem descartes irregulares nos lixos ou ainda nos esgotos pluviais. Falou ainda que a produção do medicamento vai ocorrer conforme a prescrição médica específica e com a dosagem correta, sem sobras, com isso, além do cuidado com o paciente, ocorre a preservação da natureza e economia no aspecto financeiro.

Por fim, a presidente falou sobre os fitoterápicos, reiterando que sua produção ocorre especificamente a base de plantas.

 

Os manipulados e os tratamentos médicos

Muitas pessoas, sem o devido conhecimento, creem que determinadas doenças somente podem ser tratadas com remédios ditos industrializados, isso entretanto, é mais um mito estabelecido em sociedade. Para a presidente da Anfarmag-RS, o medicamento manipulado pode ser produzido para qualquer situação e por qualquer agente prescritor (médicos, nutricionistas, dentistas e até mesmo farmacêuticos). Segundo ela, o que deve ser entendido é que a manipulação é uma forma diferente de se produzir o medicamento.

Ao término da conversa a farmacêutica novamente reiterou a importância dos cuidados com a padronização na fabricação de medicamentos. Reafirmou que as farmácias de manipulação trabalham com extratos em percentuais considerados adequados para a produção dos remédios.

Hoje o Rio Grande do Sul tem entre 250 e 300 farmácias de manipulação espalhadas em seu território.

 

Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação